06 - Onde anda a Revolução Educacional?

Desde que em 1996, mais precisamente no mês de dezembro daquele ano, foi assinada a chamada nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira (LDB) a famosa 9394/96 que escuto falar numa tal de Revolução Educacional (RE) que, pressuponho, a mesma deveria promover. Hoje, passados 24 anos ainda não recebi "as armas" necessárias para desenvolver tal RE que ela prometia. Falsas políticas ou medidas paliativas é o máximo que nos entregam com pompa e festa para iludir alienados.

Vamos a uma análise mais fria e até calculista dos fatos acontecidos. A primeira realidade que se constatava na época da promulgação da LDB era o atraso enorme que o Brasil apresentava em relação aos países menos desenvolvidos do mundo (anote este dado "países MENOS desenvolvidos do mundo"). Havia um motivo que muitos conhecem e outros tantos ou mais desconhecem: o Brasil não havia participado condignamente da reunião do FMI e BM, em Jontien, na Tailândia, coisa que mais de 150 países fizeram. Mas também aqui precisamos ver a realidade pelo outro lado da moeda: Aquelas duas entidades estavam dando financiamento fáceis aos povos que desejassem alavancar os seus sistemas educativos e, assim, inserirem-se mais profundamento no novo movimento econômico que dominava o mundo no momento, chamado de globalização e esta situação NÃO INTERESSAVA À ELITE DOMINANTE DO BRASIL, que sempre preferiu ter um povo analfabeto, não questionador, não reivindicador de direitos, submisso, a pegar um dinheiro fácil e dar um salto qualitativo como o fizeram os Tigres Asiáticos.

Acontece que o descalabro foi tão grande que às pressas e na calada da noite, seis anos após o lançamento da ajuda mundial, o Brasil (melhor dizendo um Senador da República, Darcy Ribeiro, fez aprovar um remendo de LDB que era constituído, por pedaços de propostas anteriores, extratos de emendas aos substitutivos e outros pinduricalhos mais a que se resolveu chamar da salvadora da educação através de uma revolução educacional. Uma nota de pesar, apenas para iniciar, antes de ser sancionada e promulgada para a publicação no Diário Oficial já altas vozes se levantavam contra ela. O que se precisa compreender é que os governantes e a classe alta brasileira perceberam que estavam perdendo uma boquinha mansa por falta de "um projeto educacional". Foi assim que enquanto nos demais países que aderiram à política de financiamento externo do processo educativo começaram o que foi chamado da "Década da Educação" no ano de 1990, o Brasil iria perder a oportunidade em 1996 e só teria nova chance depois de 2000, aumentando o atraso. Você sabe me dizer se já começou ou em que ano terminou a Década da Educação brasileira?

Surge assim uma lei a que eu chamei, na hora, de natimorta. Era contraditória (Por exemplo, diz que o professor só pode entrar em sala de aula de posse de um diploma de cerificação de Ensino Superior, no entanto, alguns incisos abaixo, diz que é permitida a contratação de professores com o certificado de Ensino Médio na modalidade Pedagógico) este é apenas um exemplo, que serviu apenas aos interesses do capital particular com o surgimento de "Faculdades de Pedagogia" em todas as esquinas das ruas de todas as cidades, isto para não falar das "tolices que ali estão registradas": oferta de computadores e internet a escolas que sequer têm paredes, ou luz elétrica. Resumindo, se a soltarmos, não se segura em pé. A toque de caixa lá vêm as Emendas Constitucionais. Tudo o que nossos políticos precisam para encher os bolsos sem fazer muito esforço, mas o lema continuava: Revolução na Educação. Antes a tivéssemos feito, efetivamente, pois só assim não teríamos esta quantidade de gente alienada capaz de votar num fascista, inútil, afastado como demente do exército brasileiro, para ser o nosso representante maior. Não teríamos também essa massa de "cristãos neo pentecostais" que entregam o fundo das calças ao pastor e ficam com a bunda de fora, dando graças a deus! Talvez se tivéssemos feito a verdadeira revolução educacional, como fizeram outros países, não tivéssemos que enfrentar toda uma onda neo nazista que só ansiava a chegada de um chefe permissionário para cometerem as maiores barbaridades.

A RE está aí posta: a degradação cada dia mais elevada do sistema educacional, o retorno a muitos séculos passados (estão propondo ações do tempo da Inquisição) e o povão continua calado "como dantes no castelo de Abrantes". É muito triste a nossa realidade educacional e muito mais triste o NÃO POSICIONAMENTO da classe docente e do própria classe discente. A falta de antevisão de um futuro um pouco mais prometedor deixa as pessoas anestesiadas e inertes contra as barbaridades que estão sendo cometidas. Não vou mais perguntar até quando vamos aguentar esta situação, prefiro questionar quando vamos usar nossas "armas" para fazermos, nós sim, a tão sonhada Revolução Educacional. Os políticos, em seus gabinetes com ar condicionado e todas as demais mordomias não aguentam dois dias, duas semanas, dois meses ou até mesmo dois anos de pressão, de greve e manifestação com demonstração do poder que temos em nossas mãos: Nós somos os formadores de todas as outras categorias de trabalhadores ou de exploradores populares. Usemos esse nosso poder, paralisemos totalmente a educação pelo tempo que for necessário e veremos se a situação não muda. Eles, os exploradores da mão de obra barata, precisam de um trabalhador minimamente qualificado para tirar mais lucros, faltando-lhe estes, logo eles compreenderão que a Educação é coisa séria e que não adianta mexer a menos que seja para melhorar. NÓS PODEMOS FAZER ISSO, A SOLUÇÃO ESTÁ EM NOSSAS MÃOS!

Eu sei que o nosso bucho padecerá, mas ao atingir o BOLSO deles, se tornarão cordeirinhos diante de verdadeiros lobos famintos e aí será a nossa vez. Lembro que uma das nossas maiores "armas" é a desobediência civil. Eles nos dão uma BNCC e nós praticamos uma educação revolucionária. Quero ver se eles vão colocar militares em cada sala de aula, nos mais recônditos espaços deste enorme Brasil.

O silêncio e a nossa quietude NÃO SÃO SOLUÇÃO para nada, seja na educação ou em qualquer setor da sociedade. Nós somos os verdadeiros patrões que bancamos toda essa escumalha de parasitas bilionários que ficam sugando nosso sangue: CHEGA!

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